domingo, 30 de agosto de 2009

Sonhos feitos de papel.

Um dia um colega me mandou a letra dessa música, que se não me engano é de uma banda chamada Tequila Baby, como uma zoação por eu não ter mais aquele "espírito jovem" de tocar, ter banda, ouvir rock e etcéteraaa.
A música diz mais ou menos o seguinte: "Veja amigo, como nós dois crescemos e defendemos sonhos feitos de papel, você mudou demais, traiu seus ideais que a gente prometeu não esquecer jamais". Hoje, acordei com essa frase na cabeça (sonhos feitos de papel), e aí lembrei desse episódio. O caso é que hoje isso se encaixou em um outro contexto, um pouco irônico até. Estava eu a dar um "fim" nas últimas páginas daquele caderno, e é claro que li denovo alguns trechos, ri de alguns desenhos toscos, algumas frases que eu tenho certeza que quando foram escritas foram verdadeiras e também engraçadas, por que era aquilo que fazia sentido pra nós quando escrevemos naquela época. Mas quando cheguei na última página me dei conta que era só papel, no fundo, infelizmente, é só papel. Um papel que foi importante, que foi cuidado, que foi motivo de muitas risadas, choros, brigas, curiosidade (dos outros)...Mas é papel, não deixa de ser.
Eu sei que na verdade a vida é feita disso, vários papéis, várias páginas escritas, ás vezes desperdiçadas, algumas ainda em branco esperando o futuro agir ou aquilo que muitos chamam de destino, "destinar", mas que eu acredito mesmo ser as nossas escolhas, ou ainda a falta delas. Ás vezes tenho uma inclinação a complicar as coisas e isso é perigoso. Não sei se foram "sonhos" feitos de papel, falando de uma maneira geral de tudo que vivi até aqui (que eu sei que ainda é pouco, não estou me afirmando uma sábia-gênia-filósofa-mega-plaster-inteligente :B). Mas foram o que eu escolhi fazer, sentir, ter, perder, ganhar, pensar e esquecer, naquele momento, naquela parte da minha vida. E apesar de tudo...Apesar de achar que poderia ter pulado algumas partes, aprendi a viver com os erros, a dar valor nas coisas que tenho e a acreditar naquilo que posso ainda conseguir ter/ser/fazer.
Aquelas páginas não existem mais (voltando ao motivo do post - motivo não, porque motivo que é motivo é importante e se é importante é porque eu me importo, e eu não me importo mais pelas partes não muito boas). As páginas viraram só papéis, assim como muita coisa e muitas pessoas se transformam em apenas lembranças, ás vezes porque nós queremos, outras porque elas nos forçam a pensar assim. E algumas pessoas pediram pra virar lembrança, pediram distância, mas não foram esquecidas. Entretanto, a amizade tem dessas coisas, não é? Um pouco de tudo, inclusive sonhos feitos de papel.

"Quantos de nós partimos
Sem ter seus sonhos de criança conseguidos
As nossas fantasias
Que a gente teve um dia
Foram esquecidas no passado
Por você e eu
Sinto que existe agora
Uma distância bem maior entre nos dois
Maior que o inferno e o céu
Seus sonhos foram feitos de papel..."

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